Pre-Fall 2010

fevereiro 5, 2010

Como se já não bastassem todas as coleções de moda apresentadas durante o ano, mais uma vem buscando seu lugar ao Sol desde 2008: o pre-fall. Como o nome em inglês explicita, o “pré-outono” é lançado após a coleção de verão, como uma transição entre as estações — e uma maneira de prever a coleção de inverno da marca. As roupas são mais comerciais, com menores preços e prontas para serem vendidas para lojas de departamento. Antes exclusividade de buyers e afins (como as coleções resort), o pre-fall tem crescido tanto que ao invés de apenas catálogos, certas marcas até montam desfiles para os novos lançamentos.

O pre-fall 2010 mostrou um outono com predominância de cores escuras, influências minimalistas e do estilo preppy ou militar — este último, tendência recorrente nas últimas estações. Cores fortes como laranja, amarelo e vermelho aparecem aliadas ao preto, cinza e camel; muitas sobreposições de outerwear (trenchs, coletes, blazers, ponchos); cortes estruturados; cintura alta e marcada; e sapatos pesados. O pre-fall transitou entre a silhueta enxuta das leggings e meias-calças (sempre ótima opção de styling) e a mais ampla, com pantalonas e peças boyfriend. No geral, tudo tem um ar bem refinado: 

Acima: o pre-fall masculinizado da Chloé, inspirado na Inglaterra rural; peças atemporais na Stella McCartney; e o outono militar à la Segunda Guerra de Christian Dior. Visitem o Style.com pra ver as outras ótimas coleções!

Tendências. Há melhor tempo pra falar delas do que em plena semana de moda? O SPFW começou (clica pro line-up) e o Fashion Rio terminou, fazendo-nos começar a escrever a lista de rumos a ser seguidos no próximo inverno. Entre eles, muito preto, o adorado brilho (glitter, paetês, lurex), volume (em saias, em ombros), comprimentos curtos, tecidos quentes como tricô, crochê, lã e pele, entre outros. Fico devendo post do Fashion Rio, mas adianto que achei Melk Z-Da muito bonito. E da SPFW, meu favorito até agora é Rosa Chá, único cujas fotos vi decentemente (tem post aqui no MyCool!).

Enfim. Quem mexe com moda sabe: ela não vive sem tendências para se agarrar, para ditar (hoje em dia mais livremente) que direção seguir na hora de vestir-se. Mas quem sabe quando elas começaram?

Bem… No livro “História da Moda – uma narrativa” (um dos maravilhosos livros que ganhei de Natal), João Braga explica, brevemente, que a moda começou a ter seu conceito atual aproximadamente no início da Idade Moderna: os nobres, ao verem suas roupas copiadas à exaustão pela burguesia, apresentavam ideias novas para seus alfaiates, e usavam-nas até serem copiadas novamente pela outra classe. E aí foi criado um ciclo de criação e cópia — se algo em voga era copiado, logo uma criação nova aparecia (nobreza trendsetter, olhem só!).

A estória da nobreza se irritar ao ver seus gostos usados pelos burgueses, levando à criação de uma nova moda para que houvesse diferenciação entre as classes não soa familiar? — Obs: no que toca às tendências, não cópia e criação! — Hoje em dia, é claro que de um modo bem mais relax, isso ainda acontece… Ou vai dizer que não é chato ver um gosto ou uma peça que você adora ser usada por todo mundo? Uma vez li (não lembro onde, sorry!) que assim que o resto do povo adota uma tendência, os fashionistas largam-na. Verdade ou não, agradeçamos à moda que novas tendências são lançadas — ou revisitadas — para fazer aquela outra sair de foco. E aí a roda da moda vai girando, sempre com novas opções pra adicionar ao estilo nosso de cada dia, a cada estação.

Resumindo, a moda é isto: a criação (e recriação) de gostos, para cada um exteriorizar o que pensa, o que gosta, o que é. E das “novas modas” inventadas pela nobreza trendsetter do finzinho da Idade Média derivaram as tendências! Tcharam! hahaha

P.S: Mais posts falando sobre tendências: aqui no Bainha de Fita-Crepe, sobre tendências tangíveis e intangíveis (ótimo!) e aqui no Fashionismo, sobre tendências x cópias. Boa leitura!