Não sei ao certo a inspiração do desfile alta costura de Elie Saab, mas foi no geral bem fantasioso e romântico. Silhuetas fluidas e tecidos esvoaçantes, ombros arredondados, florais abstratos e em tamanho maxi, tudo em uma cartela de cores clarinhas e pastéis como rosinhas, azuis e beges — sem esquecer, é claro, o tom mais querido das últimas temporadas: o nude.

Os detalhes são incríveis. Penas pequeninas, bordados detalhados, tramas que lembravam folhas, rendas inesgotáveis. O penteado, simples que só, foi uma trança de raiz seguindo o contorno lateral do rosto. O make também seguiu a linha natural: batom nude + sombra champagne. Tudo me fez pensar em ninfas, fadas, princesas…

P.S.: Sigo desejando aquele zeros incontáveis na conta bancária, só para arrematar o primeiro vestido da primeira montagem! Hahaha!

Enquanto ainda rolavam as semanas de moda brasileiras, as passarelas de Milão já desfilavam as tendências masculinas. Agora é a vez da alta costura parisiense. Alta costura é alta costura… exclusiva para os dignos de red carpet, sonho para quem não possui incontáveis zeros na conta bancária. Já sabemos o que esperar. Mas não dá pra se conter ao deparar com belezas como essa, da Armani Privé:
 

Giorgio, me presenteia com um desses? Meu aniversário é dia 02 de março, fica a dica. Obrigada!

Entendendo Ronaldo Fraga

janeiro 20, 2010

Moda não é apenas roupas. É personalidade, história, passado, futuro, pesquisa, estudo, “é o cérebro por fora” como disse Maurício Azevedo. É informação variada, traduzida em tecidos, texturas, cortes e silhuetas. Para quem quer escrever sobre ela, a leitura de textos como esse, esse e esse é importantíssima, pois desafia a aprender e entender o que está por trás da moda vista para no final escrever bem de verdade (do ponto de vista da crítica).

Enfim. Hoje pela manhã fui ver fotos da SPFW. Deixei Ellus, um dos meus favoritos, pra depois, e pulei para Reinaldo Lourenço, Alexandre Herchcovitch e Ronaldo Fraga. Gostei dos 2 primeiros – mas foi Ronaldo Fraga quem mais chamou a atenção, pela coleção aparentemente sem pé nem cabeça – ou melhor, de virar a cabeça: rostos eram cobertos com cabelo e mascáras estavam atrás. Hã? Mas, istigada por Vitor Angelo, Sylvain e as Oficinas, fui buscar aprender para tentar compreender a passarela de Ronaldo.

Sua inspiração foi Pina Bausch, coreógrafa e bailarina alemã de dança moderna. Suas coreografias, eu descobri, tratavam de sentimentos, indo desde a comunicação entre os sexos até a busca pelo amor — tudo com muita expressividade corporal. E aí, depois de aprender sobre ela, comecei a entender a ele; ficou mais claro de onde saíram os vários cravos presentes na coleção, as cadeiras que estavam por todo o lado, o porquê do choque feminino/masculino na combinação de vestidos com ternos e coletes e calças e sapatos masculinos.

Em meio a tantos elementos sensitivos, Ronaldo não deixou de ser atual, com peças brilhosas, volumes nos ombros, laços, transparências ocasionais, cores fortes, o encontro de peças dela com as dele, e silhuetas amplas. Achei o desfile interessante. E interessante também foi ver que meu olhar final sobre a “esquisitice” do desfile diferia com o anterior (o olhar do não-entendimento). Só depois de pesquisar as referências compreendi o que vi na passarela; mais ou menos como os modelos, que andaram para frente olhando para trás…

Recomendo o exercício a todo mundo que quer ter um melhor olhar sobre a moda. Afinal, ela fica muito mais interessante quando a entendemos, não?

Adoro esses posts “Enquanto isso…”! Um look, os detalhes, pronto. Afinal, menos é mais, não? Vamos lá…

Depois de ver esta respectiva foto via @fashionismo (estou começando a viciar no twitter, deu pra perceber?) ele virou o meu preferido dos Golden Globes. Acho que foi devido ao efeito esvoaçante. Até na frente de Emily Blunt e Drew Barrymore ele passou — embora elas mereçam ser mencionadas, pois ambas estavam lindas.

Enfim… Dianna Agron é, para quem não sabe, a cheerleader de Glee. E vestiu um longo lindo, prateado (no Just Jared não diz by whom. Alguém sabe?) com pouquíssimas jóias — na verdade, apenas um bracelete e brincos pequenos. O make é perfeito e clássico: esfumado apenas na pálpebra móvel, cílios postiços e pele bem feita. O toque final? Não, não é a clutch, mas sim os bordados brilhosos e lindos da parte tomara-que-caia do vestido, que de resto é todo liso. Linda!

Tendências. Há melhor tempo pra falar delas do que em plena semana de moda? O SPFW começou (clica pro line-up) e o Fashion Rio terminou, fazendo-nos começar a escrever a lista de rumos a ser seguidos no próximo inverno. Entre eles, muito preto, o adorado brilho (glitter, paetês, lurex), volume (em saias, em ombros), comprimentos curtos, tecidos quentes como tricô, crochê, lã e pele, entre outros. Fico devendo post do Fashion Rio, mas adianto que achei Melk Z-Da muito bonito. E da SPFW, meu favorito até agora é Rosa Chá, único cujas fotos vi decentemente (tem post aqui no MyCool!).

Enfim. Quem mexe com moda sabe: ela não vive sem tendências para se agarrar, para ditar (hoje em dia mais livremente) que direção seguir na hora de vestir-se. Mas quem sabe quando elas começaram?

Bem… No livro “História da Moda – uma narrativa” (um dos maravilhosos livros que ganhei de Natal), João Braga explica, brevemente, que a moda começou a ter seu conceito atual aproximadamente no início da Idade Moderna: os nobres, ao verem suas roupas copiadas à exaustão pela burguesia, apresentavam ideias novas para seus alfaiates, e usavam-nas até serem copiadas novamente pela outra classe. E aí foi criado um ciclo de criação e cópia — se algo em voga era copiado, logo uma criação nova aparecia (nobreza trendsetter, olhem só!).

A estória da nobreza se irritar ao ver seus gostos usados pelos burgueses, levando à criação de uma nova moda para que houvesse diferenciação entre as classes não soa familiar? — Obs: no que toca às tendências, não cópia e criação! — Hoje em dia, é claro que de um modo bem mais relax, isso ainda acontece… Ou vai dizer que não é chato ver um gosto ou uma peça que você adora ser usada por todo mundo? Uma vez li (não lembro onde, sorry!) que assim que o resto do povo adota uma tendência, os fashionistas largam-na. Verdade ou não, agradeçamos à moda que novas tendências são lançadas — ou revisitadas — para fazer aquela outra sair de foco. E aí a roda da moda vai girando, sempre com novas opções pra adicionar ao estilo nosso de cada dia, a cada estação.

Resumindo, a moda é isto: a criação (e recriação) de gostos, para cada um exteriorizar o que pensa, o que gosta, o que é. E das “novas modas” inventadas pela nobreza trendsetter do finzinho da Idade Média derivaram as tendências! Tcharam! hahaha

P.S: Mais posts falando sobre tendências: aqui no Bainha de Fita-Crepe, sobre tendências tangíveis e intangíveis (ótimo!) e aqui no Fashionismo, sobre tendências x cópias. Boa leitura!

Finalmente!

janeiro 16, 2010

Não… não é um post sobre o Fashion Rio (embora haja um no forno). Também não é um post pra desejar, com 15 dias de atraso, um feliz 2010, com muita riqueza, felicidade, paz, amor e moda (tá desejado). E muito menos é um post desculpando-me pela minha ausência dizendo que tenho que estudar para entrar na universidade (embora seja verdade). É pra anunciar que, finalmente, depois de 209482394839 de anos, me rendi às chatices do twitter! eeeeee hahaha

Por isso, quem ainda visita esta espelunca esporadicamente atualizada (juro que serei uma blogueira melhor em 2010!) que atende pelo nome de Fashion Affair agora pode acompanhar o blog (na verdade, eu, né) por lá também. Follow us!

Beijos e vambora twittar!